sexta-feira, 25 de outubro de 2013

Criopreservação- Técnica de Congelamento de Espermatozóides, Embriões e Oócitos.



A criopreservação é uma técnica de congelação/descongelação eficiente que permite preservar células e tecidos a temperaturas até -196ºC geralmente sem afetar ou com muito pouco efeito na sua estrutura e funcionalidade.

Criopreservação dos Espermatozóides

A Criopreservação do esperma é uma técnica utilizada desde a década de 50 e representa uma valiosa opção terapêutica no tratamento da infertilidade. As principais indicações incluem:

1. Inseminação artificial com esperma de doador – Formação de banco de esperma.

2. Conveniência para os pacientes – Quando não for possível a presença do marido nos procedimentos de inseminação intra-uterina ou FIV (fertilização in vitro).

3. Preservação da capacidade reprodutiva - Os pacientes com neoplastias que são submetidos a cirurgias ou radioquimioterapias, procedimentos que podem comprometer a função espermática, podem recorrer à criopreservação do esperma para uma utilização dos espermatozóides posterior ao tratamento.

4. Preservação do material genético – Pacientes submetidos à vasectomia podem guardar amostras de sémen para serem utilizadas no futuro.

Criopreservação de Embriões

Esta técnica é realizada quando há produção de mais embriões do que o necessário para a transferência. Apenas aqueles de boa qualidade têm maior oportunidade de sobrevivência. Os embriões excedentários são colocados numa solução especial com uma substância chamada crioprotector, que evita que os embriões sejam danificados com o frio excessivo; são então colocados em botijas de azoto líquido, onde a temperatura chega a 196ºC negativos e podem permanecer aí por tempo indeterminado.

Apesar dos embriões apresentarem menor taxa de sobrevivência do que os embriões a fresco, esta técnica oferece a vantagem de uma nova oportunidade com menor custo. Os embriões são descongelados 24 horas antes da transferência, cultivados e são, posteriormente, estudados quanto à sua viabilidade.

Criopreservação de Oócitos

A criopreservação de oócitos humanos ainda é uma metodologia em desenvolvimento, apesar de algumas gestações pós-descongelamento terem sido descritas em meados da década de 80.

Desde que as técnicas para a criopreservação de oócitos foram, e ainda estão a ser, descritas, os cientistas estão a investir cada vez mais nessa tecnologia. Abriram-se a partir de então possibilidades para a formação de um banco de oócitos. Esses oócitos poderão ser armazenados e usados no futuro, especialmente para mulheres que não possuem ovários ou que apresentaram menopausa precoce. Esta tecnologia também oferece uma oportunidade a pacientes que serão submetidas a tratamento de cancro, aumentando assim a eficácia de tratamentos de reprodução medicamente assistida.

Pacientes que serão submetidas a tratamentos de FIV ou ICSI que obtiverem um grande número de oócitos poderão congelar os excedentes e utilizá-los numa outra tentativa ou ainda doá-los a um banco de oócitos, facilitando também as implicações éticas e religiosas que envolvem o congelamento de embriões.

Após ser relatado o primeiro nascimento de um bebé (Chen, 1986), vários pesquisadores, inúmeras técnicas e tentativas estão a ser relatadas sobre o sucesso desta biotecnologia.

Várias técnicas já estão a ser utilizadas em Portugal, no entanto os resultados ainda são poucos. Acredita-se que em breve esta tecnologia já seja rotina nas clínicas de fecundação in vitro. Entretanto algumas desvantagens da técnica ainda devem ser contornadas. Acredita-se que o fuso mitótico (estrutura que segura o material genético do oócito maduro) é sensível a mudanças de temperatura, e os erros genéticos podem ocorrer durante o processo de congelamento, resultando em aneuploidias após a fertilização. Alguns trabalhos também referem um aumento da libertação de grânulos corticais que levariam a um endurecimento da zona pelúcida (Trounson e Kirby, 1989) alterando os resultados da fecundação in vitro. Até ao momento, não é satisfatória a taxa de sobrevivência dos oócitos humanos descongelados, os índices de sucesso variam de 27% a 64%. Em geral, os índices de fertilização dos oócitos descongelados são inferiores aos obtidos com a inseminação a fresco e uma incidência alta de fertilização anormal tem sido referida.

Hoje uma técnica de congelação ultra-rápida descrita como vitrificação está a ser bastante empregada para criopreservar os oócitos e está a apresentar excelentes resultados. O único impedimento para a realização desta tecnologia é a baixa sobrevivência dos oócitos após o descongelamento, mas é um impasse que já está a ser resolvido e em breve fará parte da rotina das clínicas de reprodução assistida. 

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