A questão da
fertilidade humana sempre esteve presente na sociedade humana desde os tempos
mais remotos, com destaque para as Antigüidades Clássica e Oriental. Tanto a
mulher quanto o homem fértil eram considerados como favorecidos pelos deuses e invejados
pelos filhos que geravam, ainda mais se estes bebês possuíssem uma perfeita
condição física. Os casais, considerados “inférteis”, eram tidos como
esquecidos pelos deuses e chegavam a sofrer discriminações por parte da sociedade,
isto é, considerados como inferiores perante outros indivíduos por não serem
capazes de deixar sua semente.
Na Grécia Antiga, a descoberta da infertilidade da mulher pelo marido
poderia ser motivo de desfazimento do contrato matrimonial entre ambos. No caso
inverso, de infertilidade masculina, à mulher era permitido possuir um amante,
o qual lhe garantisse um filho para que a linhagem familiar do marido continue
existindo. No Antigo Egito, a mulher infértil era considerada um “rio seco”
pela sociedade. Era discriminada, tanto por homens quanto por mulheres. Era
abandonada pelo marido quando não lhe fosse capaz de dar um filho. Abandonada a
mínguas, seu único recurso de sobrevivência era a prostituição. Vale ressaltar
que, nesta época, não havia qualquer menção sobre tentativa de reprodução
empregando outros meios não convencionais.
A idéia de Reprodução Assistida foi primeiramente descrita na Idade
Média, em torno de 1300, através dos relatos de Chevalier, onde Le Bon fez
tentativas de reprodução artificial em animais, uma técnica imperfeita e
primitiva. Ivannof, veterinário, teria sido o propulsor da moderna técnica de
fecundação artificial. Esta, por sua vez, consistia em retirar o sêmen do macho
e introduzi-lo, ao mesmo instante, na fêmea, era empregado quando estes animais
possuíssem dificuldades de reprodução e não conseguissem procriar. Foi
utilizado em um grande número de animais. Uma operação similar foi possível em
humanos somente em 1790, através do médico inglês John Hunter, o qual
realizou-a, com êxito, numa mulher. O método era o idêntico adotado pelos veterinários
no caso de animais. No início do século XX, Pincus publica os primeiros
resultados acerca da fertilização in vitro, utilizando gametas de coelhos.
Porém, o grande salto ocorreu em 1944, com a primeira fertilização com êxito do
óvulo humano, realizada por Rock e Menki. No ano de 1978, os doutores Edwards, Banista
e Steptoe, viram seus trabalhos glorificados com o nascimento de Louise, o
primeiro bebê de proveta, através de uma moderna técnica de fecundação in vitro
utilizando esperma congelado.
No ano seguinte esta técnica passa a ser amplamente divulgada e passa
a ser considerada um método de tratamento para casais impossibilitados de gerar
filhos naturalmente. Após isso, várias técnicas mais modernas começam a surgir
na Europa, EUA e Austrália, com uma maior dedicação e pesquisa, realizadas por cientistas
destes países. No Brasil, a atuação no campo da Reprodução Assistida teve
início em 1984, com o nascimento do primeiro bebê fertilizado em laboratório.
Texto:
JOPPER, Aimar. TELLES, Marcelo. SANTOS, Mario.
PEREIRA DA SILVA, Raphael. Reprodução Assistida, Aspectos Históricos.
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