segunda-feira, 14 de outubro de 2013

Histórico da Reprodução Humana Assistida.



A questão da fertilidade humana sempre esteve presente na sociedade humana desde os tempos mais remotos, com destaque para as Antigüidades Clássica e Oriental. Tanto a mulher quanto o homem fértil eram considerados como favorecidos pelos deuses e invejados pelos filhos que geravam, ainda mais se estes bebês possuíssem uma perfeita condição física. Os casais, considerados “inférteis”, eram tidos como esquecidos pelos deuses e chegavam a sofrer discriminações por parte da sociedade, isto é, considerados como inferiores perante outros indivíduos por não serem capazes de deixar sua semente.

Na Grécia Antiga, a descoberta da infertilidade da mulher pelo marido poderia ser motivo de desfazimento do contrato matrimonial entre ambos. No caso inverso, de infertilidade masculina, à mulher era permitido possuir um amante, o qual lhe garantisse um filho para que a linhagem familiar do marido continue existindo. No Antigo Egito, a mulher infértil era considerada um “rio seco” pela sociedade. Era discriminada, tanto por homens quanto por mulheres. Era abandonada pelo marido quando não lhe fosse capaz de dar um filho. Abandonada a mínguas, seu único recurso de sobrevivência era a prostituição. Vale ressaltar que, nesta época, não havia qualquer menção sobre tentativa de reprodução empregando outros meios não convencionais.

A idéia de Reprodução Assistida foi primeiramente descrita na Idade Média, em torno de 1300, através dos relatos de Chevalier, onde Le Bon fez tentativas de reprodução artificial em animais, uma técnica imperfeita e primitiva. Ivannof, veterinário, teria sido o propulsor da moderna técnica de fecundação artificial. Esta, por sua vez, consistia em retirar o sêmen do macho e introduzi-lo, ao mesmo instante, na fêmea, era empregado quando estes animais possuíssem dificuldades de reprodução e não conseguissem procriar. Foi utilizado em um grande número de animais. Uma operação similar foi possível em humanos somente em 1790, através do médico inglês John Hunter, o qual realizou-a, com êxito, numa mulher. O método era o idêntico adotado pelos veterinários no caso de animais. No início do século XX, Pincus publica os primeiros resultados acerca da fertilização in vitro, utilizando gametas de coelhos. Porém, o grande salto ocorreu em 1944, com a primeira fertilização com êxito do óvulo humano, realizada por Rock e Menki. No ano de 1978, os doutores Edwards, Banista e Steptoe, viram seus trabalhos glorificados com o nascimento de Louise, o primeiro bebê de proveta, através de uma moderna técnica de fecundação in vitro utilizando esperma congelado.

No ano seguinte esta técnica passa a ser amplamente divulgada e passa a ser considerada um método de tratamento para casais impossibilitados de gerar filhos naturalmente. Após isso, várias técnicas mais modernas começam a surgir na Europa, EUA e Austrália, com uma maior dedicação e pesquisa, realizadas por cientistas destes países. No Brasil, a atuação no campo da Reprodução Assistida teve início em 1984, com o nascimento do primeiro bebê fertilizado em laboratório.



Texto:
JOPPER, Aimar. TELLES, Marcelo. SANTOS, Mario. PEREIRA DA SILVA, Raphael. Reprodução Assistida, Aspectos Históricos.
 





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