segunda-feira, 14 de outubro de 2013

Diagnóstico de Infertilidade na mulher


Testes de laboratório
Diversos testes de laboratório podem ser usados para detectar a causa da infertilidade e monitorar tratamentos.

Níveis hormonais - exames de sangue e urina são feitos para avaliar os níveis hormonais. Exames hormonais de estoque de óvulos (número de folículos e qualidade de óvulos) são especialmente importantes em mulheres com idade mais avançada. Veja a seguir exemplos de resultados possíveis.
  • Altos níveis de HFE e HL e baixos níveis de estrogênio sugerem falência ovariana precoce ou hipogonadismo hipogonadotrópico.
  • Alto HL e baixo HFE podem ser indício de síndrome do ovário policístico ou problema na fase lútea.
  • Altos níveis de HFE e estrógeno no 3o dia do ciclo indicam baixas chances de mulheres mais velhas conseguirem sucesso em tratamentos de fertilidade.
  • Produção de HL indica ovulação.

  • Exames de sangue para medir níveis de prolactina e funções da tireóide também são feitos (esses são hormônios que podem afetar indiretamente a fertilidade).

Teste de clomifeno - o citrato de clomifeno (Clomid, Serophene), medicamento tradicional de fertilidade, pode ser usado para testar os estoques de óvulos. Com esse teste, o médico mede o HFE no 3º dia do ciclo. A mulher toma clomifeno oralmente no 5º e no 9º dia do ciclo. O médico mede o HFE no 10º dia. Altos níveis de HFE tanto no 3º dia como no 10º indicam baixas chances de resultado positivo.

Amostras de tecido - para descartar defeito na fase lútea, falência ovariana prematura e ausência de ovulação, o médico precisa retirar amostras de tecido do útero 1 a 2 dias antes do ciclo para determinar se um corpo lúteo está produzindo progesterona adequadamente. Amostras de tecido retiradas do colo podem ser coletadas para descartar infecção.

Exames para diagnóstico de doenças auto-imunes - exames para diagnóstico de hipotireoidismo e diabetes devem ser considerados em mulheres com falência ovariana recente não causada por anormalidades genéticas.

Imagens e outros procedimentos

Se inicialmente um tratamento de fertilidade não revela anormalidades, como acontece em cerca de 40% dos casos, exames mais extensivos identificarão anormalidades nas trompas ou no útero. As três principais abordagens para examinar o útero são a ultra-sonografia (particularmente uma variação de sonohisterografia com infusão de solução salina), a histerosalpingografia e a histeroscopia.

Embora as combinações dessas abordagens diagnósticas sejam frequentemente usadas para confirmar diagnóstico, um estudo de 2000 indicou que a introdução de uma solução salina via sonohisterografia também é igualmente precisa, mas que a combinação de ambas não aumentaria a precisão. Além disso, os procedimentos da ultra-sonografia são bem menos incômodos do que os outros dois, sugerindo que esse deve ser o procedimento escolhido, se possível.

Ultra-sonografia e sonohisterografia - ultra-sonografia é a técnica padrão de visualização para avaliar o útero e os ovários, detectando miomas, cistos ovarianos e tumores, além de obstruções no trato urinário. Essa técnica utiliza ondas de som para produzir uma imagem dos órgãos. O método não tem riscos e o desconforto causado é baixo.

A sonohisterografia transvaginal utiliza a ultra-sonografia juntamente com uma solução salina introduzida no útero, o que aumenta a visualização do órgão. Essa técnica tem provado ser mais precisa do que a ultra-sonografia padrão para identificar potenciais problemas. É atualmente o exame mais importante para diagnosticar ovários policísticos.

Visualização por ressonância magnética - a ressonância magnética permite a melhor visualização de qualquer mioma que possa estar causando sangramento, mas é caro e nem sempre é necessário.

Histeroscopia - a histeroscopia é um procedimento que pode ser usado para detectar a presença de endometriose, miomas, pólipos, tecidos com cicatrizes pélvicas e obstrução das extremidades das trompas de falópio. Alguns desses problemas podem ser sanados durante o procedimento através da remoção de tecidos lesionados que podem manter os órgãos grudados ou através da destruição de implantes endometriais. No entanto, se há suspeita de câncer, o procedimento pode não detectar câncer uterino e não substitui procedimentos mais invasivos como a dilatação e a curetagem (D&C) ou a biopsia endometrial.

A histeroscopia é feita no próprio consultório e não requer incisões. O procedimento utiliza uma haste longa flexível ou rígida chamada histeroscópio, que é inserida na vagina para chegar ao útero através do colo. O médico consegue visualizar a cavidade por meio de uma minúscula câmera acoplada à haste. O útero é preenchido com a solução salina ou com dióxido de carbono para inflar a cavidade e oferecer melhor visualização. Esse procedimento geralmente causa cólicas. Além disso, existe uma pequena possibilidade de sangramento, infecção e reações à anestesia. Muitas pacientes experimentam um desconforto temporário nos ombros depois da operação devido ao dióxido de carbono residual que pressiona o diafragma. O procedimento é praticamente indolor. 
                       
Histerosalpingografia - a histerosalpingografia é feita para descobrir possíveis obstruções nas trompas de falópio e anormalidades no útero.
  • O médico insere um tubo no colo, então um fluido especial é injetado (a paciente pode sentir cólicas e algum desconforto).
  • O fluido entra no útero e chega às trompas de falópio.
  • Faz-se uma radiografia do útero e das trompa.
  • Se o fluido é visto saindo da extremidade da trompa, não há obstruções (em alguns casos, a histerosalpingografia pode até restaurar a fertilidade ao limpar pequenas obstruções nas trompas).
  • Se os resultados demonstrarem obstruções ou anormalidades, o teste deve ser repetido. No caso de obstrução, a histerosalpingografia pode revelar uma série de quadros, incluindo pólipos endometriais, miomas ou anormalidades estruturais do útero e das trompas.
O exame apresenta taxas significativas de diagnósticos falso-positivos ou falso-negativos. Existe um pequeno risco de infecção pélvica e antibióticos podem ser prescritos antes do procedimento. Um estudo de 2002 sugere que utilizar um fluido à base de óleo nas trompas durante o procedimento pode elevar as taxas de fertilidade em mulheres com infertilidade de causa desconhecida. 

Exames investigativos e óvulos remanescentes

Conforme a mulher envelhece, o número de folículos e o estoque de óvulos diminuem. Pesquisadores estão desenvolvendo testes que podem ajudar a determinar quantos ainda restam. Esses testes incluem:
  • cálculo do volume dos ovários (de modo geral, quanto menores os ovários, menor o numero de óvulos restantes);
  • contagem dos folículos antrais, que se desenvolvem, mas não se tornam folículos dominantes. Em vez disso, formam um espaço preenchido de fluído chamado antro (mulheres que possuem menos de três a cinco folículos antrais parecem ter uma chance maior de infertilidade);
  • medição do inhibin B, que é um elemento de crescimento produzido nos ovários (baixos níveis sugerem poucos óvulos).
Esses referenciais podem ser eficientes para determinar quais mulheres requerem um tratamento mais agressivo.

  • http://saude.hsw.uol.com.br/infertilidade-feminina4.htm
  • http://www.infert.com.br/pagina/31/diagnostico-da-mulher

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