sexta-feira, 25 de outubro de 2013

Doação de Sêmen e Óvulos



Antes de uma mulher ou um homem serem considerados doadores, há um processo para avaliar as suas condições físicas e psicológicas. Em ambos os casos, existem pré-requisitos obrigatórios para se tornarem “candidatos”: têm que ter entre 18 e 35 anos e serem saudáveis, sem antecedentes de doenças de transmissão genéticas ou infecciosas.
No caso da mulher é feita uma avaliação psicológica. À candidata são colocadas questões sobre o que a levou a considerar ser doadora, se tem conhecimento do processo médico que irá iniciar e restantes informações relacionadas com a doação.

Ultrapassado este ponto, a mulher inicia a fase de exames médicos, que passam por um exame ginecológico e análises sanguíneas destinadas a confirmar se do ponto de vista reprodutivo a potencial doadora não tem quaisquer problemas.

É também nesta fase que o centro onde será feita a doação procura características físicas e genéticas na doadora que sejam o mais compatíveis possível com as de uma mulher candidata a receber a doação, como seja a etnia, estatura, pele, cor de olhos e/ou de cabelo e grupo sanguíneo.

Considerada apta para doar, a mulher inicia um tratamento de hiper-estimulação dos ovários destinado a provocar uma produção de óvulos superior ao que seria habitual num ciclo. Este processo é feito através de injeções que deverão ser administradas durante nove a 12 dias, um procedimento que pode ser feito pela própria doadora. Durante este período a doadora é sujeita a ecografias para acompanhar a resposta à estimulação dos ovários. Confirmada a presença de ovócitos é feita a recolha dos mesmos. A mulher é sedada e procede-se ao que tecnicamente se chama de punção, ou seja, são aspirados os óvulos produzidos. Findo este processo, a doadora deverá ser vigiada durante algumas horas no centro onde foi feita a recolha e depois pode regressar a casa no próprio dia. As mulheres podem fazer três ciclos com doação de ovócitos, com pelo menos seis meses de intervalo entre cada um.

Os ovócitos da doadora são depois inseminados com os espermatozoides do membro masculino do casal em tratamento. A transferência dos embriões que resultaram da inseminação para a mulher receptora acontece ao terceiro ou quinto dia do desenvolvimento embrionário.

No caso da doação de espermatozoides, o processo é mais simples. O potencial doador passa pelo mesmo processo de análise psicológica e física e emparelhamento físico e genético com o elemento masculino do casal infértil. Depois de entregue uma amostra de esperma é feita uma seleção do sêmen doado através de um espermograma.

Perante resultados que comprovem que são respeitados os parâmetros obrigatórios, o esperma fica criopreservado para quarentena durante seis meses. Nesta fase, os homens são considerados doadores provisórios até ter passado esse período.

Ao fim dos seis meses, o doador é sujeito a novos exames clínicos para confirmar que continua com um quadro clínico saudável. A partir deste momento, o seu esperma é considerado apto para ser utilizado em técnicas de Procriação Medicamente Assistida (PMA). No caso dos homens, as suas doações não podem dar origem a mais de oito gravidezes de termo.

A doação de ovócitos e de espermatozóides é feita de forma anónima e os dadores não têm qualquer responsabilidade sobre as crianças que nasçam com a ajuda da sua dádiva.






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